Aplicativos pedagógicos com IA são feitos por diferentes especialistas para atender crianças

Tecnologia

Em tempos de ChatGPT e tantas possibilidades acessíveis para usar inteligência artificial, pode ficar a impressão de que ter IA em um produto ou serviço é fácil e rápido. Ainda que a tecnologia seja cada vez mais parte do dia a dia, o processo para inserir essas funcionalidades em algo é complexo, especialmente quando feito para crianças.
 

Além das questões técnicas e processuais de um aplicativo com IA, projetos feitos para o público infantil têm um componente essencial: a base pedagógica.
 

Liliane Fernanda Ferreira, diretora da B2G, distribuidora da marca Quinyx, que fornece produtos de tecnologia educacional, explica que aplicativos infantis com IA nascem de um processo interdisciplinar com várias fontes e especialistas para garantir que este atenda às necessidades educacionais e psicológicas das crianças.

“Contamos com pedagogos e educadores, que desempenham um papel fundamental com insights sobre os objetivos de aprendizado, currículo, abordagens pedagógicas eficazes para diferentes faixas etárias. Também consultamos psicólogos para entender como as crianças aprendem e se desenvolvem cognitivamente, emocionalmente e socialmente”, comenta.
 

Além desses profissionais, um aplicativo pedagógico com IA precisa de especialistas nessa área e em Ciência de Dados, para desenvolver os componentes como algoritmos de aprendizado de máquina e processamento de linguagem natural. Enquanto isso, Designers de Experiência do Usuário (UX) e Designers de Interface do Usuário (UI) criam uma interface amigável e atraente, com usabilidade e interatividade.
 

Participa ainda a equipe que desenvolve o conteúdo educacional, como exercícios, lições e atividades interativas, e os profissionais de marketing e distribuição, que trabalham para que o aplicativo alcance seu público-alvo.
 

“Na Quinyx, temos uma área de PDI (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). O envolvimento de especialistas é fundamental para que o aplicativo seja educacionalmente valioso, seguro e atrativo para as crianças, equilibrando as necessidades pedagógicas, psicológicas, técnicas e de design. Todos colaboram para garantir que a IA seja usada de maneira pedagogicamente eficaz”, afirma.
 

Tempo para tudo

Liliane explica que um aplicativo simples, com recursos básicos, pode ser desenvolvido em algumas semanas a alguns meses. Já aplicativos mais complexos, com recursos avançados de IA, interatividade e uma ampla gama de conteúdos pedagógicos, podem levar até seis meses para serem concluídos.
 

Os fatores de impacto nesse sentido incluem o conteúdo pedagógico personalizado, como lições, exercícios e avaliações. Há ainda o desenvolvimento e a integração atrativa com a inteligência artificial, bem como os testes de qualidade, segurança e usabilidade. Ao final, testar o aplicativo com usuários reais, coletar feedback e ajustar adicionam mais tempo ao processo, mas são fundamentais.
 

“Enquanto a empresa desenvolvia o aplicativo “Ciência da Natureza”, que usa a IA para estimular a curiosidade e o pensamento crítico em crianças, notamos que as crianças ficavam tão envolvidas que faziam perguntas ainda mais profundas e complexas do que as previstas. Apresentamos uma pergunta sobre como as plantas crescem, e uma criança começou a questionar sobre a fotossíntese e os processos bioquímicos envolvidos. Repensamos a estrutura. Em vez de apenas fornecer respostas diretas, a equipe decidiu incluir um recurso para as crianças se aprofundarem nos tópicos e descobrirem mais informações”, conta.
 

E mesmo depois de pronto, é importante lembrar que aplicativos educacionais têm um processo contínuo de atualizações e melhorias ao longo do tempo. Liliane comenta que em certa medida é possível tornar o processo mais rápido reaproveitando alguns conhecimentos e recursos, como algoritmos e modelos de IA, ou princípios de design de interface de usuário e interação. Mas a personalização é sempre requerida.
 

“Ter uma estratégia sólida antes de criar e disponibilizar um aplicativo com IA para crianças é fundamental, tanto para o sucesso do projeto, como para proteger as crianças de riscos online e de conteúdo inapropriado, além de garantir a transparência para os pais e, claro, seguir diretrizes éticas, respeitando a privacidade, a diversidade e os direitos das crianças”, ressalta.
 

Sobre a B2G

A B2G é uma empresa focada em negócios para governos e iniciativa privada, com atendimento e envio para todas as regiões do Brasil. Fundada em 2020, com sede em Curitiba (PR), atua no fornecimento de aparelhos e ferramentas tecnológicas educacionais, como mesas digitais interativas, lousas interativas, totens, displays e outros equipamentos personalizados.

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