Parkinson é uma doença neurológica degenerativa, que afeta áreas específicas do cérebro e traz ao paciente consequências como tremor, lentidão de movimentos, rigidez nos músculos, desequilíbrio e alterações na fala e escrita. Estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde) apontam que a Doença de Parkinson está presente em 1% da população mundial, a partir dos 65 anos, sendo cerca de 4 milhões de pessoas no mundo.Apesar de não haver cura, existem medicamentos que auxiliam no controle dos sintomas e procedimentos que podem proporcionar ao paciente mais qualidade de vida. Um deles é o implante de eletrodo cerebral, realizado recentemente no Policlínica Hospital de Cascavel. “Esse procedimento consiste na colocação de um eletrodo na profundidade do cérebro, para estimular a região produtora de dopamina. O procedimento é chamado DBS (Deep Brain Stimulation) e é realizado através de técnica de estereotaxia. Os eletrodos são colocados através de trepanação (perfuração) na superfície craniana, com precisão milimétrica. Os eletrodos são conectados a um gerador que é implantado no subcutâneo do tórax, semelhante a um marcapasso cardíaco”, explica o neurocirurgião do Policlínica Hospital de Cascavel, Marcos Galles.A evolução da tecnologia utilizada proporciona mais precisão e menos manutenção do equipamento. “Os modelos atuais de DBS permitem estimular uma área maior, com cateteres cada vez mais precisos. Além disso, os geradores atuais não necessitam mais de trocas de bateria, pois podem ser carregados por técnica de indução através de carregador por contato pela pele”, relata o médico. Qualidade de vida ao pacienteO objetivo do procedimento é melhorar a qualidade de vida do paciente com Parkinson, devolvendo movimentos que garantem a autonomia e reduzem a necessidade de medicamentos. “O procedimento diminui a necessidade de grandes quantidades de medicações, ajuda principalmente na qualidade de vida, redução das complicações mais severas como as discinesias (movimentos involuntários) relacionadas à evolução da doença. Ele também ajuda na redução dos sintomas maiores como tremores, rigidez e a lentidão para iniciar os movimentos”, ressalta.Apesar dos resultados serem significativos na redução dos sintomas, o procedimento não é indicado para todos os portadores da doença. Mundialmente ele vem sendo recomendado com mais frequência para casos em que o Parkinson ainda está em fase inicial, porém é necessário que o cada paciente seja avaliado de forma individual por especialistas. “Inicialmente, os casos selecionados para cirurgia eram aqueles já em fase avançada da doença. Atualmente, a tendência mundial é a indicação cada vez mais precoce do procedimento. Por isso, a avaliação multidisciplinar especializada é fundamental para o sucesso” alerta.