Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) campus de Toledo, em parceria com a Prefeitura Municipal de Toledo, aponta uma alta de 4,46% no custo da cesta básica em setembro em relação ao mês anterior. O valor médio de hoje é R$615,22 e vem seguido de duas quedas consecutivas nos meses de julho e agosto de 2024, que foram -5,80% e -4,21%, respectivamente.
Em relação ao índice acumulado dos últimos 12 meses, o valor da cesta básica teve aumento de 9,48% quando comparado a outubro de 2023, que era de R$561,92. Quando se leva em consideração apenas a variação acumulada no ano de 2024, o valor da cesta básica teve leve aumento de 1,10% em relação aos R$608,53 de janeiro.
A pesquisa considera 13 itens que compõem a cesta básica, dentre os quais, oito deles foram responsáveis pelo aumento no custo referente ao mês. O aumento mais expressivo foi da farinha de trigo (18,65%), seguido do tomate (12,78%), café (10,76%), banana (10,66%), feijão (10,02%), carne (5,48%: patinho, coxão mole e coxão duro), leite (3,76%), e óleo de soja (1,11%). Em contrapartida, cinco itens tiveram redução de preço médio: batata (-5,58%), pão francês (-4,27%), arroz (-4,26%), margarina (-3,90%) e açúcar (-2,30%).
Segundo a pesquisa, alguns fatores explicam a variação de preços de certos produtos. No caso da farinha de trigo, o aumento foi decorrente de, principalmente, as questões climáticas e o mercado internacional. Em relação ao café, várias razões explicam o aumento: a redução de oferta de grãos no Vietnã, aumento do preço internacional, aumento do dólar e questões climáticas que interferiram no volume de colheita. Sobre a diminuição de preço médio da batata, a pesquisa relaciona à ampliação da oferta decorrente do aumento do calor. Já o tomate seguiu na direção contrária do que aponta o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que aumentou de preço em Toledo enquanto nas capitais brasileiras o preço diminuiu.
De acordo com a pesquisa e levando em consideração os dados do DIEESE, que calcula a variação de preços da cesta básica em 17 capitais brasileiras, Toledo teve o maior aumento do preço médio no último mês e também no acumulado dos últimos 12 meses. Cidades paranaenses como Cascavel, Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos também tiveram aumento menor que Toledo entre agosto e setembro de 2024. Apesar do aumento expressivo no índice, Toledo ainda tem o preço médio da cesta básica mais baixo que Cascavel (R$618,11), Dois Vizinhos (R$618,26) e a maioria das capitais, que chega a R$792,47 em São Paulo.
Outra análise que a pesquisa aponta é o percentual do salário-mínimo que a cesta básica representa. Considerando o salário-mínimo líquido, atualmente R$1.306,10 já com desconto de contribuição previdenciária, o toledense precisava desembolsar 47,10% deste valor em setembro. Quase metade do salário-mínimo para comprar uma cesta básica individual. Isso corresponde a 95 horas e 51 minutos de trabalho para quem recebe a remuneração mensal de um salário mínimo.
O relatório completo da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos da Unioeste de Toledo pode ser acessado pelo link: https://www.unioeste.br/portal/campus-toledo/nucleos-toledo/ndr/pesquisa-da-cesta-basica-de-alimentos-toledo-pr?highlight=WyJjZXN0YSIsImJhc2ljYSJd
